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8 de abr. de 2013

Oficina de palhaço propõe terapia com riso

Ricardo Welbert

O mês de abril em Divinópolis vai ter palhaçada, sim, senhor, com uma oficina ministrada por Juvenal Bernardes, o 'Batatinha'. O objetivo é permitir um mergulho no universo do riso por meio de um ser mágico, que habita o imaginário desde a infância. A oficina é inspirada no jogo cênico do palhaço Clown, personagem que transforma a possibilidade de errar em espetáculo e, sem se intimidar, expõe seu fracasso, para delírio do público.

"Mesmo errado, ele segue sempre em frente, permitindo uma relação única com o fracasso. Na oficina, vamos usar isso de forma terapêutica, que é tendência em São Paulo e no Rio de Janeiro, onde isso é trabalhado de forma muito bacana", diz Juvenal Bernardes.

A proposta, ele conta, é uma sucessão de jogos e dinâmicas que tornam o erro um instante de aprendizagem e de constatação de que o medo de fracassar e parecer ridículo é uma punição infundada que só faz prejudicar nosso desempenho. "Trata-se de usar a técnica do palhaço para permitir ao participante um encontro com sua criança interior. Além de divertido, é muito bom para combater o estresse e as tristezas da vida", comenta Bernardes.

Exercícios de respiração, jogos que aguçam o reflexo e estimulam a criatividade através da liberdade de estar em cena e em estado de jogo, técnicas de escuta, observação e atenção, improvisações, uso consciente dos níveis de energia, através de ações simples e da reflexão sobre o ridículo de cada um, estimulam a confiança, a aceitação e a sensibilidade.

Como participar

O curso é para pessoas interessadas no tema, com idade mínima de 15 anos. As aulas serão ministradas em 20 e 21 de abril, na avenida Rio Grande do Sul, 1.430, antiga Casa Barkaça. A inscrição custa R$ 60 e pode ser feita na Boutique do Livro, à avenida Antônio Olímpio de Morais, 487, no Centro. Ao término, serão emitidos certificados de participação. Os telefones para outras informações são: 3215-6921 ou 8815-9122.

O palhaço Batatinha

Juvenal Bernardes é ator, palhaço e contador de histórias. Em sua formação, participou de cursos e oficinas de palhaço com Cícero Silva (palhaço Titetê, do Doutores da Alegria), Ézoi Magalhães (do Barracão Teatro, de Campinas), Allain Vigneau (Lastravagante, da Espanha), Stefano Caratinelli (Giullari del Diavolo, da Itália), Johnny Melville (da Escócia), Vera Abud (As Graças, de São Paulo), César Gouveia (Jogando no Quintal, da capital paulista), Bruno Godinho (Yepocá, de Belo Horizonte), e de oficinas de contação de histórias com Roberto de Freitas, Zé Bocca, Jiddu Saldanha, Ludovic Souliman (da França) e Nícia Grillo. Em 2009, fundou a Cia. Borandá - Palhaços, Palcos e Palavras. É criador da Roda de Histórias, espaço de fomento á arte da contação de histórias e do projeto Nascentes de Histórias, de preservação da memória oral.

Reportagem originalmente publicada no jornal Agora de 7/4/13 (foto: reprodução)

Divinópolis perde monsenhor Evaristo José Vicente


Gisele Souto
Ricardo Welbert

Morreu neste sábado (6/04), no Hospital São João de Deus, uma das principais referências religiosas de Divinópolis. O monsenhor Evaristo José Vicente, que completaria 80 anos no dia sete de julho, estava internado há cerca de cinco dias, com problemas respiratórios. 

Religioso faleceu durante a manhã (foto: divulgação)
Figura admirada, atuou a maior parte de sua vida na cidade, tendo começado na Igreja Nossa Senhora da Guia. Somente na Catedral do Divino Espírito Santo, trabalhou por 28 anos. Sua últimas funções foram no Santuário Bom Jesus, no bairro Niterói. Mas, devido à idade e à saúde debilitada, ultimamente não realizava celebrações. 

Morava na Vila Vicentina, no mesmo bairro. Fora de Divinópolis, trabalhou somente em Araújos e Igaratinga. Na cidade do Divino, era muito querido. Por isso, recebeu muitas homenagens. Uma delas foi em 2009, no lançamento de um selo dos Correios, que homenageou os 50 anos da Diocese de Divinópolis.

Estátua

Com a morte do monsenhor, a discórdia entre a Cúria Diocesana de Divinópolis e o Instituto Histórico de Pitangui, a 41 quilômetros, perde sua única testemunha ainda viva. Em 24 de março de 1974, o então padre Evaristo José Vicente levou uma imagem sacra de São Francisco de Paula de Divinópolis para o Instituto Histórico de Pitangui (IHP), onde assinou um recibo informando que a peça seria "incorporada ao Museu de Arte Sacra" da cidade vizinha, onde ela está até hoje. Na década passada, a Cúria Diocesana de Divinópolis tentou reavê-la, mas não conseguiu, pois a peça foi tombada como patrimônio histórico de Pitangui, e, por isso, não pode mais sair de lá.

Em 2011, em uma entrevista à revista "Questões", Evaristo deu sua palavra de fé sobre o caso. "Dom Cristiano, bispo da época, estava preocupado com a exposição de uma imagem tão importante nas então inseguras instalações da Igreja em Divinópolis. Por isso, pediu que eu a deixasse sob os cuidados do Museu de Arte Sacra de Pitangui. Levei a imagem a título de empréstimo. O museu ficou responsável pela custódia da imagem, mas não se tornou proprietário dela. Tanto é que o recibo, assinado no ato da entrega, diz claramente que a peça pertence à paróquia do Divino Espírito Santo, em Divinópolis", contou.

O velório foi realizado no Santuário Bom Jesus. Às 15h, houve missa de corpo presente. Dezenas de pessoas fãs do trabalho do padre passaram por lá.

Reportagem originalmente publicada no jornal Agora (foto: reprodução)

Operações fiscalizam táxis na madrugada


Objetivo é checar motoristas e passageiros do transporte particular

Ricardo Welbert

Sessenta veículos foram fiscalizados, 11 Autos de Infração de Trânsito foram lavrados, um carro foi removido e quatro motos foram retidas durante uma blitz da Polícia Militar, na madrugada de ontem, na região central. As abordagens aconteceram entre as avenidas 1º de Junho e Antônio Olímpio de Morais, com objetivo de abordar taxistas, mototaxistas e motociclistas suspeitos.

Taxista é abordado durante blitz na região central (foto: Divulgação/PM)
As vias foram sinalizadas com placas e cones, como forma de potencializar a ação policial. Segundo as explicações da PM, viaturas foram posicionadas de forma estratégica. Uma equipe do Grupo Especializado em Prevenção Motorizada Ostensiva Rápida (GPMOR) apoiou a operação, que teve como alvo das abordagens os taxistas, mototaxistas e motocicletas em situação de suspeita.

Suspeitos são revistados por policiais militares (foto: Divulgação/PM)
De forma simultânea, a polícia realizou a operação 'Proteja seu Bairro em São José dos Salgados', distrito de Carmo do Cajuru, por meio de radiopatrulhamento perto de estabelecimentos comerciais. "Várias pessoas que foram abordadas relataram que se sentiram mais seguras com a operação desencadeada pela da PM", afirmou o assessor do 23º Batalhão, capitão Jocimar Lúcio dos Santos.

Reportagem publicada originalmente no jornal Agora de 6/4/13 (foto: reprodução)

Está perigoso dirigir em Divinópolis, diz motorista assaltado


Ricardo Welbert 

Embora as polícias Militar e Civil se neguem a fornecer os números exatos de furtos e roubos de veículos em Divinópolis, as histórias de quem teve a moto ou o carro levado por bandidos na cidade servem de alerta. Por volta de 1h de ontem, o comerciante Wilson Martins de Freitas, de 65 anos, colocava seu Fiat Palio na garagem de casa, na rua Mato Grosso, no bairro Sidil, quando foi atacado por três homens.

"Eu estava voltando de uma reunião. Quando cheguei à esquina da minha rua, vi três rapazes sentados a mais ou menos 40 metros da minha casa. Achei que eles estivessem batendo papo, mas, quando abri o portão da garagem, os três se aproximaram de mim. Um deles me mostrou um revólver e fez ameaças. Eles pegaram meu relógio e fugiram em meu carro", conta a vítima.

Durante a fuga, os criminosos bateram na traseira de outro carro no km 123 da rodovia MG-050, sentido a Belo Horizonte, no bairro Vila Romana. O impacto foi tão forte que manchas de sangue ficaram no painel do veículo roubado. Mesmo feridos, os bandidos conseguiram deixar o carro e entrar em um matagal.

Policial observa veículo atingido durante fuga de criminosos (foto: Divulgação/PM)
"Consegui recuperar alguns dos meus pertences, que estavam no carro, mas ele ficou bastante danificado. Como tenho seguro total, já mandei arrumar", conta o dono do veículo.

A rota de fuga dos ladrões foi transmitida às viaturas de plantão. Todos os hospitais de Carmo do Cajuru, Cláudio e São Gonçalo do Pará foram informados do caso e alertados para casos de três rapazes feridos. 

Algumas horas depois, dois jovens, de 18 e 19 anos, deram entrada no hospital Santa Mônica, no bairro Padre Libério, em Divinópolis, onde funcionários fizeram uma denúncia de que dois suspeitos haviam chegado ao local bastante molhados, com ferimentos no rosto e na cabeça. Militares foram à unidade e prenderam Gustavo Henrique Salvino Viana, de 18 anos, que possui vários antecedentes criminais, e Lucas José Ferreira Sant'ana, de 19 anos. Com eles, foram apreendidos um celular e o relógio da vítima.

Assaltantes em fuga bateram carro e buscaram por socorro (foto: Ricardo Welbert)
Os suspeitos confessaram o crime com riqueza de detalhes, explicaram como abordaram a vítima e tomaram o veículo dela. Eles ainda contaram que haviam escondido o revólver às margens de um córrego. Porém, embora tenham procurado no local, os militares não encontraram a arma.

Por causa dos ferimentos, os criminosos foram acompanhados ao Pronto-Socorro Regional. Após receberem alta médica, foram levados por militares até a delegacia. Eles responderão por assalto à mão armada, desobediência e porte ilegal de arma e foram encaminhados ao Presídio Floramar. "Espero que fiquem presos, porque existem provas contundentes e eles confessaram. Mas é possível que isso não aconteça, porque, no Brasil, a impunidade impera", reclama o motorista assaltado.

Medo

Esta não foi a primeira experiência de Wilson Martins de Freitas como vítima de assalto. Há 20 anos, ele viveu situação semelhante em São Paulo, na estação da Luz, onde foi agredido e assaltado por um grupo de homens. "Era noite e eu estava a caminho do hotel. Em São Paulo, sair na rua de madrugada realmente é muito perigoso, mas eu não esperava sentir a mesma coisa em Divinópolis, que tem população muito menor", comenta.

Para o comerciante, estes tipos de crimes na cidade só terão queda quando houver mais policiais nas ruas durante a madrugada. "A gente não vê uma presença constante de policiais nas ruas. Se houvesse mais policiais abordando as pessoas durante a madrugada, verificando seus documentos e perguntando o que fazem tão tarde nas ruas, os bandidos sentiriam medo", critica.

Ações

Conforme o jornal "Agora" mostrou em suas duas últimas edições, em reportagens sobre a incidência de furtos e roubos de veículos na cidade, as polícias Militar e Civil afirmam que não medem esforços para investigar e prender os autores destes crimes. O assessor de comunição do 23º Batalhão da PM, capitão Jocimar Lúcio dos Santos, afirma que o policiamento ocorre durante a madrugada, em vários pontos da cidade.

Pela Polícia Civil, o delegado que investiga crimes de furtos e roubos de veículos, Gildeilson Almeida Contão, disse ao jornal que 70% dos veículos furtados em Divinópolis são recuperados. Pela opinião dele, estes tipos de crimes são "esporádicos e casuais, praticados, em sua maioria, por pessoas que furtam ou roubam para quitar dívidas de drogas". 

Ainda segundo explicações do delegado, estes crimes são praticados de forma "amadora", por criminosos que dão preferência para alvos fáceis, como motoristas descuidados e veículos sem equipamentos de segurança. Por isso, ele afirma, é que os motoristas devem ficar atentos à aproximação de pessoas estranhas e investir em equipamentos que possam dificultar as ações dos bandidos.

Esta reportagem, publicada originalmente no jornal Agora de em 6/4/13 (foto: reprodução)

5 de abr. de 2013

70% dos veículos são recuperados, diz delegado


Ricardo Welbert

Com base na quantidade de inquéritos que verifica todos os dias, o delegado responsável por investigar crimes de furtos e roubos de veículos em Divinópolis, Gideilson Almeida Contão, afirma que cerca de 70% dos veículos furtados ou roubados na cidade recuperados. Ele faz o cálculo a partir da própria experiência diária de trabalho.

Uma tática para aumentar esse percentual é a realização semanal de operações integradas com a Polícia Militar (PM) nas regiões com maior incidência destes crimes. "Atuando na abordagem a veículos e condutores, cumprindo mandados de busca e apreensão em locais suspeitos e fiscalizando ferros-velhos, encontramos muitas irregularidades", explica.

Gideilson Almeida Contão salienta operações em conjunto (foto: Ricardo Welbert)
Os estabelecimentos comerciais especializados em desmanchar veículos precisam de autorização para funcionar. Além disso, segundo o delegado, são obrigados a manter um livro de registros com todas as entradas e saídas de produtos e entregar as informações à polícia quando forem solicitadas.

"Temos investigado bastante, de modo que estes dados não estão se elevando, mas mantendo-se estagnados. Logicamente, a gente não trabalha sozinho. A PM, que atua bastante na recuperação de veículos, também merece destaque", comenta.

Quadrilhas

Contão salienta que, em Divinópolis, os crimes de furtos e roubos de veículos não são feitos por quadrilhas especializadas. Os bandidos que agem na cidade do Divino não costumam levar em conta a marca, o modelo ou o ano dos veículos.

Delegado Gideilson Contão afirma que roubos não são feitos por quadrilhas (foto: Ricardo Welbert)
"Estes furtos e roubos são fatos esporádicos, casuais, praticados, em sua maioria, por pessoas que furtam para quitar dívidas com drogas. Muitas vezes, elas levam os veículos para locais afastados e os desmancham para vender peças e, com o dinheiro, alimentar seus vícios", comenta.

Na opinião do delegado, o índice de recuperação de veículos na cidade pode ser considerado bom. "A criminalidade aqui é 'amadora'. Quando os veículos possuem dispositivos de segurança, como alarmes e travas, eles ignoram e procuram veículos mais fáceis de furtar. Para nós, esse 'amadorismo' é bom, porque facilita a investigação e a redução de crimes deste tipo", diz.

As equipes de investigação, explica ele, são montadas de acordo com avaliações dos locais onde os crimes são mais praticados, o que permite detectar ações de possíveis quadrilhas.

Reportagem originalmente publicada  no jornal Agora de 5/4/13 (foto: reprodução)

Delegacia retifica números repassados


A reportagem abaixo foi publicada no jornal Agora de 5 de abril de 2013, um dia após a publicação, no mesmo veículo, de uma reportagem minha sobre o aumento no número de furtos e roubos de veículos em Divinópolis. No dia em que a matéria circulou, fui convidado para uma reunião na delegacia, na qual três delegados explicaram que os números fornecidos pela própria Polícia Civil estavam errados. 

Chamada de capa para a reportagem (foto: reprodução)
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Da Redação

A constatação de que os casos de roubos e furtos de veículos em Divinópolis triplicaram em dois anos, publicada ontem pelo Agora, repercutiu nos bastidores da delegacia regional de Polícia Civil, em Divinópolis, de onde partiram as informações que basearam a reportagem. Com base em uma planilha obtida na tarde de quarta-feira (3), no Centro de Processamento de Dados (CPD) da própria instituição, o texto apresentou a variação nos supostos registros de furtos e roubos de veículos, entre 2010 e 2013.

Depois de ler a reportagem, o delegado que apura ocorrências de furtos e roubos de veículos em Divinópolis, Gideilson Almeida Contão, convidou o repórter Ricardo Welbert, autor do texto, para uma reunião na delegacia, da qual participaram outros dois delegados da casa.

Para começar, o delegado regional, Fernando Vilaça, explicou que a tabela fornecida à reportagem apresentou números computados a partir do mês de junho de 2010. Por isso, na opinião dele, não seria correto comparar a soma dos números deste período com os de 2011 e 2012, que incluem registros de janeiro a dezembro. O que a reportagem fez foi somar as informações de 2010 e compará-las aos anos seguintes, deixando claro que os percentuais foram extraídos da tabela fornecida.

O delegado regional, Fernando Vilaça, afirmou que números de tabela não são exatos (foto: Ricardo Welbert)
"Ao lidar com números delicados como estes, é preciso ter ferramentas bem mais sofisticadas do que as que temos em nossa delegacia. As melhores fontes de informação são os delegados titulares de cada tipo de caso, pois são eles que lidam diariamente com os processos de investigação", disse.

Foi preciso esclarecer que o delegado Gideilson Almeida Contão foi procurado em sua sala pela reportagem, que buscava balanços dos crimes de furtos e roubos de veículos na cidade entre 2010 e 2013. Foi ele quem sugeriu buscar as informações no CPD. Porém, na avaliação do delegado Leonardo Pio, que investiga crimes de trânsito, os dados também envolvem casos de apropriação indébita e furtos em veículos. Este detalhe, porém, não consta no documento fornecido ao jornal. 

"Furto de veiculo é a subtração do automotor, não sendo o mesmo localizado. Furto em veículo é aquele furto casual, em que o automóvel é aberto e, de dentro dele, são furtados um ou mais objetos", disse o delegado. 

Leonardo Pio explicou que furto "a" veículo não é o mesmo que furto "de" veículo (foto: Ricardo Welbert)
Ao lembrar que a estatística referente ao ano de 2010 mostra apenas casos registrados a partir de junho, a Polícia Civil deixa claro que, se a composição de dados tivesse sido feita durante todos os dias daquele ano, incluindo furtos e roubos 'de' e 'a' veículo, a incidência de crimes naquele ano seria comprovadamente maior. Isto, de fato, altera a comparação feita pelo jornal entre os números de 2010, 2011, 2012 e 2013. 

Com um exemplar do jornal de ontem em mãos, o delegado Gideilson Almeida Contão afirmou que, pela análise dos dados informados pelo CPD, não é possível concluir que um veículo é roubado a cada 12 horas em Divinópolis, conforme a principal manchete da capa.

Gideilson Almeida Contão explicou que planilha fornecida inclui outros crimes (foto: Ricardo Welbert)
"Na verdade, é possível que, a cada 12 horas, um veículo esteja envolvido em alguma ocorrência, que pode ser acidente de trânsito, roubo, furto, apropriação indébita, ou falta apropriação indébita, fato atípico que ocorre em uma relação entre casal. Talvez, a interpretação destes dados tenha sido equivocada, apesar de que, de forma global, a pesquisa revela um certo número. Mas, quando você vai refinar e revisar essa pesquisa nos devidos detalhes, no que é especificamente furto e roubo de veículo, temos uma redução nos furtos e roubos de veículos", argumentou.

A conclusão de que um veículo é roubado a cada 12 horas em Divinópolis foi feita a partir da soma dos dados informados na tabela fornecida pelo CPD da Polícia Civil, que mostra 730 casos de furtos e roubos consumados de veículos em Divinópolis, apenas no ano de 2012. Dividindo-se o número pela quantidade dias do período, chegou-se à média de dois registros por dia. Ainda conforme o delegado, na realidade, não é possível afirmar que os crimes de furtos e roubos de veículos, em Divinópolis, aumentaram entre 2010 e 2012.

"Estes dados estão estabilizados. Tanto é verdade que, na delegacia de furto e roubo de veículos, da qual sou titular, de janeiro até agora temos uma média de 100 inquéritos concluídos, nos quais identificamos as pessoas autoras do furto, do roubo ou da receptação. Encaminhamos isso à justiça. Deste universo, temos, mais ou menos, sem ser preciso, cerca de 80 pessoas efetivamente presas, que já aguardam julgamento", disse o delegado Gildeilson.

O delegado também criticou o uso do termo 'roubado' na manchete de capa ('Um veículo é roubado a cada 12h na cidade').

"Se a tabela fornecida classificou os crimes como 'furtos' e 'roubos', não seria possível dizer que um veículo é 'roubado' a cada 12h. Embora os leigos no assunto não saibam diferenciar 'furto' de 'roubo', nós, que entendemos disso, sabemos que não é bem assim", opinou.

Como o jornal Agora não é uma publicação segmentada a profissionais do direito, mas a pessoas de todas as classes sociais e profissões, a equipe de redação optou por usar o termo 'roubado' na manchete de capa por entender que o dicionário 'Aurélio', um dos mais respeitados no Brasil, classifica 'roubado' como 'objeto de roubo, furto ou afano'. O texto publicado abaixo da manchete de capa esclareceu, com base nas informações fornecidas, que dois veículos são 'levados por ladrões' a cada 24h na cidade. Além disso, para não deixar o leitor 'leigo no assunto' sem explicação, a reportagem publicada na página seis traz um quadro com o título 'entenda a diferença', que explica o significado jurídico de 'furto' e 'roubo'.

Reportagem originalmente publicada no jornal Agora de 5/4/13 (foto: reprodução)
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Um carro é roubado a cada 12h em Divinópolis


Cão farejador de Divinópolis está prestes a se aposentar


A edição de três de fevereiro do jornal Agora trouxe reportagem minha sobre a "aposentadoria" do cão farejador Max, do canil da Polícia Militar em Divinópolis. Estive no local, conheci o cachorro e passei cerca de duas horas conversando com o tratador dele. A reportagem conta detalhes da saúde do cão e sua trajetória de sucesso na PM. Abaixo, os dois primeiros parágrafos e a imagem da página da versão impressa.
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Max está em fase de tratamento 

Cão farejador ficou famoso ao ajudar a polícia a desmascarar criminosos

Ricardo Welbert

Considerado um dos melhores cães farejadores de Minas Gerais, o labrador Max, que ficou famoso ao participar de várias operações policiais em Divinópolis e região, está prestes a ter a aposentadoria decretada. Um problema de saúde impede que ele continue atuando em buscas por criminosos, drogas, dinheiro e objetos roubados. No canil Candidés, que funciona dentro do 23º Batalhão da Polícia Militar, o combatente recebe carinho especial dos tratadores e passa horas brincando. Um carinho merecido, após seis anos de serviços prestados.

O soldado Alcir Marques de Oliveira, instrutor e condutor de Max, diz que o desempenho físico do cão ficou comprometido por causa de uma displasia coxofemural, doença ortopédica hereditária comum em cães e que pode surgir em diferentes raças e que se caracteriza pela má formação da articulação das pernas traseiras com a cintura pélvica. O animal afetado começa a mancar e sentir dor quando anda, principalmente em pisos mais escorregadios. Por causa disso, pode passar a não mexer os membros traseiros e o músculo pode atrofiar. Aos 8 anos de idade, ele pesa 34 quilos. Nesta fase, o tratamento passa a ser mais difícil, pois a média de vida dos cães labradores gira em torno de dez anos.

Para ler a reportagem no site do jornal, clique aqui.

Reportagem originalmente publicada no jornal Agora (foto: reprodução)

4 de abr. de 2013

Um carro é roubado a cada 12h em Divinópolis


Chamada de capa para esta reportagem, publicada dia 4 de abril de 2013 no jornal Agora (foto: reprodução)

Ricardo Welbert
 
Um veículo automotor é furtado ou roubado a cada 12 horas em Divinópolis. A afirmação é baseada em dados do Centro de Processamento de Dados (CPD) da Polícia Civil, obtidos com exclusividade pelo jornal Agora. Somente no ano passado, 730 casos foram confirmados. Divididos pelos 365 dias do período, chega-se ao cálculo de dois registros por dia.

As informações, extraídas de um banco de dados do Sistema Integrado de Defesa Social (Sids), mostram que, em 2010, houve 226 tentativas de furto de veículos, das quais 213 deram certo para os ladrões. Das 11 tentativas de roubos registradas no mesmo ano, 10 terminaram com veículos sendo levados por bandidos.
 
Das 538 tentativas de furto registradas pela polícia em 2011, apenas 23 terminaram com os bandidos presos e veículos devolvidos aos donos. Embora seis tentativas de roubo não tenham dado certo para os criminosos, outras 70 resultaram no desaparecimento de 15 carros, uma camionete e 54 motos.

O ano de 2012, por sua vez, registrou leve redução nas tentativas de furto. Faltou apenas um caso para que os números se igualassem aos 23 do ano anterior. Porém, os casos de furto consumados saltaram para 614 (crescimento de 19%). Com nove tentativas de roubo sem sucesso (contra seis em 2011), 116 foram confirmados (crescimento de 1.060% em relação ao período anterior).
 
Somente nestes quatro primeiros meses de 2013, que somam 93 dias (até ontem), foram confirmados 211 crimes de furtos e roubos de veículos. Se isso for dividido por estes 94 dias do ano, tem-se uma média de 2,24 veículos tomados por criminosos todos os dias.

Desde o início de 2013 até a tarde de ontem, 15 tentativas de furtos de veículos haviam sido registradas (contra 22 em todo o ano passado). Em exatos 94 dias de ano, 170 furtos foram confirmados. Embora quatro tentativas de roubo tenham sido frustradas, 41 foram deram certo para os ladrões, quantidade equivalente a 35% de todos os casos registrados ao longo de todo o ano de 2012, e 58% em relação a todas as ocorrências confirmadas em 2011.

Embora já possa ser considerado preocupante, o número de casos é ainda maior. De acordo com autoridades de segurança pública, muitas vítimas não chamam a polícia quando os crimes acontecem. Assim, o caso não passa a ser investigado e não aparece em estatísticas como estas.
 
O delegado que apura ocorrências de furtos e roubos de veículos em Divinópolis, Gideilson Almeida Contão, disse que o aumento na incidência desses tipos de crime é claro.

"Todos os dias ocorrem novos casos. É importante que todas as vítimas chamem a Polícia Militar para registrar o boletim de ocorrência, pois é através dele que o veículo passa a ser considerado furtado ou roubado em nosso sistema", explicou.

A incidência diária é confirmada também por Lucas dos Santos, auxiliar administrativo de um dos pátios autorizados pelo Departamento Estadual de Trânsito (Detran) a armazenar veículos recuperados pela polícia.
"A gente recebe, em média, cinco veículos recuperados todos os dias. Posso afirmar que são mais de 400 entradas por ano", comentou.

Casos ilustram

Furtado à luz do dia na região central, este carro continua desaparecido (foto: divulgação)
A foto desta reportagem mostra um automóvel Vectra, prata, de placa JEZ-7962, furtado em 25 do mês passado. Por volta das 8h, o proprietário estacionou na rua São Paulo, região central. Quando voltou, às 10h30, não achou o veículo, que continua desaparecido.
 
Na noite de segunda-feira (1º), por volta de meia-noite, dois assaltantes abordaram o carro de um casal na rua Espírito Santo, no Centro. Armados com revólver, eles mandaram os ocupantes descerem e fugiram no veículo. A Polícia Militar foi chamada, conseguiu prender os criminosos e recuperar o veículo.
 
Um dia depois, um morador da mesma rua, que pediu para não ter o nome divulgado, contou que guardou o carro na garagem. Quando subia para o apartamento, percebeu que havia dois desconhecidos na garagem e resolveu observá-los de longe. Pouco tempo depois, os homens arrombaram uma caminhonete. Aos gritos, o morador chamou a atenção de vizinhos para o que estava acontecendo. Assustados, os bandidos fugiram sem levar nada.
 
"Na mesma hora, peguei o telefone, chamei a polícia e repassei todas as informações sobre o endereço, o horário do fato e as características dos autores. O policial disse que eu poderia ficar tranquilo, pois uma viatura viria ao local. Esperei até mais de meia-noite, e nada de o carro da polícia chegar. Para piorar, dois homens bem parecidos com os que haviam entrado na garagem passaram em frente à minha casa. A sensação é de insegurança", contou a testemunha.

Questionado sobre a demora no atendimento a este caso, o assessor de comunicação do 23º Batalhão da Polícia Militar, capitão Jocimar Lúcio dos Santos, disse que todas as viaturas de plantão recebem as primeiras informações sobre todos os crimes no mesmo instante em que as vítimas relatam a situação por telefone.

"Na verdade, um único minuto de demora é muita coisa para quem está numa situação como esta. Porém, a PM trabalha com prioridades. As principais delas são as que envolvem risco às vidas das pessoas. Em casos de assaltos à mão armada, como o que aconteceu na noite de 1º de abril, ao menos uma viatura segue imediatamente para o local".
 
Repercussão
 
Questionado sobre a incidência de furtos e roubos de veículos em Divinópolis, o capitão Jocimar Lúcio dos Santos disse que os proprietários precisam ficar atentos, para evitar os ataques.
 
"É recomendável que se instale equipamentos de segurança nos veículos, como alarmes, trancas de direção e travas de roda, pois eles dificultam o furto. Evitar reduzir a velocidade com os vidros das janelas abertos", orientou.
 
De acordo com o militar, a região central da cidade é a mais visada pelos ladrões de carros, porque a movimentação é intensa durante praticamente todo o dia. À noite, especialmente, motoristas ficam descuidados ao chegar com os veículos em casa. Estacionam em locais perigosos ou deixam a porta aberta ao abrir a garagem. Com descuidos assim, tornam-se alvos fáceis.
 
Entenda a diferença

Furto: ocorre quando o criminoso se apropria de algum bem (no caso, veículos) que pertence a outra pessoa sem que o proprietário perceba.

Roubo: acontece quando o criminoso faz ameaças à integridade física da vítima, usando faca ou revólver, por exemplo.

Reportagem originalmente publicada no jornal Agora de 4 de abril de 2013 (foto: reprodução)
 
 

3 de abr. de 2013

Polícia incinera quase meia tonelada de drogas

 
Ricardo Welbert
Quatrocentos quilos de drogas, entre maconha, cocaína e crack, foram incinerados ontem à tarde, em Divinópolis. Avaliado em R$4 milhões, o material foi apreendido em ações das polícias Civil e Militar, nos três últimos anos.

Encaixotados, os produtos foram transportados sob forte escolta policial. A queima aconteceu no alto-forno de uma siderúrgica no centro industrial, a uma temperatura 1.200 Cº.

De acordo com o delegado Marcelo Nunes Júnior, o ano de 2011 teve 290 registros de autos de prisão em flagrante. Em 2012, foram 370. Neste ano, até ontem, foram 70. A droga queimada foi apreendida nestes 730 casos, nos quais mais de mil pessoas foram presas.

"Essa incineração era feita de ano em ano, mas isso deixou de ser feito neste prazo porque eu estava acumulando funções nas delegacias de tóxicos e homicídios", explicou.

Outra preocupação era o fato de que as drogas ficaram armazenadas na delegacia da cidade.

"A Polícia Civil pretende intensificar o combate à venda de drogas. Trabalhamos, agora, com um serviço de inteligência que vai chegar aos traficantes que trazem volumes maiores de entorpecentes para a cidade, até chegar aos 'cabeças' dessas organizações criminosas", disse o delegado.


Reportagem originalmente publicada no jornal Agora de 3 de abril de 2013 (foto: reprodução)

Criminosos aplicam golpe da dívida

Ricardo Welbert
Consumidores do Centro-Oeste mineiro devem ficar atentos. Golpistas estão usando o nome do Tabelionato de Protestos de Divinópolis para fazer cobranças que não existem e enganar quem não entende as funções do cartório. Só ontem, o órgão registrou mais de 40 telefonemas de pessoas que afirmam ter sido procuradas por falsos funcionários do órgão.

Uma das vítimas é a empresária Fernanda Pereira de Rezende, de 34 anos. Dona de uma loja de artigos para presentes em Dores do Indaiá, ela recebeu um telefonema de um desconhecido, ontem pela manhã.

"A pessoa, muito educada, disse que meu nome seria protestado se não depositasse R$392, que seria a primeira de sete parcelas para quitar uma dívida", contou.

Sem se lembrar de dívida, a empresária pediu dados da empresa a quem ela deveria pagar. A pessoa do outro lado falou que não poderia fornecê-los porque o documento estava em um pacote lacrado.

"Desconfiei na hora, e disse que não pagaria dívida que não sei se é minha. A pessoa disse que meu nome iria para protesto. Pedi o número de telefone do cartório e, quando liguei, liguei, deu que os ramais estavam ocupados. Desconfiada, pesquisei no Google e descobri que o número que a mulher havia me passado era de outro município", relatou.

Quando finalmente conseguiu falar com um verdadeiro funcionário do Tabelionato de Protestos, Fernanda descobriu que havia escapado de um golpe.

"Fiquei impressionada ao saber que não havia dívida em meu nome. A pessoa que me ligou falava muito bem e poderia convencer, de forma fácil, qualquer pessoa que não tenha um pouco de desconfiança ou não saiba checar as informações de forma rápido", comentou a empresária.

O esquema não é antigo. De acordo com o escrevente Pedro Roberto Amorim Neto, o tabelionato de protestos recebe dezenas de telefonemas de vítimas todos os dias. Ele alerta que o órgão atua de acordo com a lei federal 9492/97, que não prevê a realização de cobranças por telefone ou e-mail.

"Quando um título é protocolado, a notificação segue por escrito, em via impressa, e a pessoa precisa assinar. A partir dessa etapa, ela tem um prazo de três dias para quitar a dívida, e isso não pode ser feito por meio de depósito ou transferência bancária. É preciso vir pessoalmente ao tabelionato", explica.

Além disso, o tabelionato não trabalha com prazo de horas para pagamento, mas, sim, de dias úteis. A atitude dos golpistas não gera dano financeiro para o tabelionato, mas lesa diretamente os consumidores que acreditam na conversa e depositam dinheiro nas contas bancárias informadas pelos criminosos, na esperança de pagar a suposta conta.

Crime
 

O delegado regional Fernando Vilaça, da Polícia Civil em Divinópolis, ficou surpreso ao ser questionado sobre casos de estelionato praticados em nome do tabelionato.

"Não temos registros destas tentativas, mas, de toda forma, é preciso que as vítimas destes golpistas registrem boletins de ocorrência e nos forneçam informações importantes, como os números dos telefones dos supostos cobradores. Isso vai ajudar bastante na investigação", diz.

Para saber


O Tabelionato de Protesto de Divinópolis funciona na avenida Antônio Olímpio de Morais, 338, no edifício Mariana, Centro. O telefone é o 3221-1838. Há, também, um site:
www.protestodivinopolis.com.br.

 


Reportagem orinalmente publicada no jornal Agora de 3 de abril de 2013 (foto: reprodução)


2 de abr. de 2013

Carro 'morre' em trilho e é arrastado


Ricardo Welbert

Quatro pessoas de uma mesma família viveram momentos de tensão na noite de domingo (31/3), quando o carro em que eles estavam 'apagou' sobre um trecho de linha férrea no bairro Niterói. Durante tentativas de remover o veículo, elas perceberam a aproximação de um trem e tiveram pouco tempo para correr.

De acordo com a Polícia Militar (PM), o acidente aconteceu por volta das 21h20. O operador de draga Fabrício Alexandre Santiago, de 34 anos, dirigia um Fusca pela rua Mateus Leme e se aproximou da linha férrea, para ter acesso à rua Francisco Carvalho. O local é uma passagem de nível (cruzamento de rua com linha férrea), mas não há cancela (espécie de barreira que se abaixa com a aproximação do trem, impedindo a passagem de automóveis).

Ao passar sobre o trilho, o motor do carro 'apagou'. Os ocupantes escutaram o barulho do trem se aproximando e pularam do veículo às pressas. O Fusca foi atingido pelo lado traseiro direito traseiro e arrastado por cerca de dois metros.

Durante a fuga, o motorista do Fusca e a esposa dele, Eliane de Oliveira, de 32 anos, tiveram ferimentos leves. Eles foram socorridos e levados ao Pronto-Socorro Regional. O homem recebeu atendimento e foi liberado. A mulher precisou ser transferida para o setor de ortopedia de um hospital.

Durante o registro da ocorrência, policiais militares descobriram que o Fusca 1300, com placa GLQ-3325, de Divinópolis, não estava com o licenciamento em dia (o último era referente ao ano de 2008). Além disso, Fabrício Alexandre Santiago não possui carteira de motorista. Por isso, foram lavrados autos de infração de trânsito e o veículo ficou retido.

O maquinista Hildeu Martins da Silva, de 50 anos, era quem conduzia a locomotiva J871, da Ferrovia Centro Atlântica (FCA). Ele disse à polícia que buzinou e acionou todos os freios de emergência, mas não conseguiu evitar a batida.

Sinalização

O local em que o acidente aconteceu é um cruzamento bastante movimentado. Quem passa pelo trecho reclama que falta sinalização. O chefe de estação da FCA, Fernando Maciel, informou que pediu à Prefeitura a instalação de sinalização de segurança e de uma cancela, mas ainda não houve solução.

O setor de planejamento viário do município disse que entrou em contato com o setor responsável pelas cancelas das passagens de nível e que busca, junto à FCA, informações que possam explicar o acidente.

Por meio de nota, a FCA informou que o local do acidente possui a Cruz de Santo André, sinalização que orienta motoristas e pedestres sobre a circulação de trem, com a instrução de 'pare, olhe e escute'. A empresa afirmou que o maquinista executou os procedimentos recomendados para tentar evitar a batida.

* Reportagem originalmente publicada no jornal Agora de 2/4/2013

Homem pode ter sido morto por engano em Divinópolis


Após o registro do oitavo homicídio de 2013 em Divinópolis, a polícia trabalha com a hipótese de que a vítima, morta a tiros enquanto pilotava uma moto, não era o alvo do crime. A pessoa marcada para morrer seria o homem que estava na garupa. A reportagem que fiz a respeito, publicada no jornal Agora desta terça-feira (2), é reproduzida abaixo. 



Polícia atribui oitavo homicídio do ano a engano

Vítima deu carona a jovem jurado de morte, de acordo com a PM

Ricardo Welbert

O oitavo homicídio do ano em Divinópolis foi registrado em plena tarde do sábado último (30), na rua Rubi, perto do número 626, no bairro Niterói. Jaime Maciel Lopes, de 42 anos, foi baleado enquanto pilotava uma moto. Segundo uma testemunha, ele tentou fugir a pé, mas caiu morto.

Quando a Polícia Militar chegou ao local, às 15h37, a vítima estava caída no chão, com uma marca de tiro nas costas. O local foi isolado de uma esquina a outra. Enquanto militares conversavam com testemunhas e impediam a aproximação de curiosos, o perito criminal Paulo Henrique dos Santos, da Polícia Civil, colheu informações para a investigação e liberou o corpo para o Serviço Municipal de Luto.

Ainda no local, os militares descobriram que o caso teve outra vítima. Um jovem de 20 anos, com passagens por tráfico de drogas, estava na garupa da moto conduzida por Jaime. Ele foi socorrido por um irmão e levado ao Pronto-Socorro Regional, onde o médico Carlos Miguel Valente detectou uma perfuração no abdome e outra no braço direito, que também estava fraturado. Ele foi transferido para o Hospital São João de Deus, sem risco de morte, de onde já recebeu alta.

Perseguição

À polícia, o sobrevivente contou que havia pegado carona com a vítima. Quando eles seguiam pela avenida Governador Magalhães Pinto, perceberam que estavam sendo seguidos por um automóvel Corola preto.

Na rua Rubi, os ocupantes do carro começaram a atirar. Baleado, Jaime perdeu o controle da direção e caiu. Os dois teriam tentado fugir a pé, mas Jaime não conseguiu ir muito longe. Os atiradores fugiram. Ainda de acordo com a PM, a vítima que sobreviveu não soube dizer quantos homens estavam no carro, mas desconfia da participação de dois que o ameaçaram no ano passado.

"Em princípio, a gente acredita que o alvo dos assassinos seria o rapaz que sobreviveu, porque ele possui antecedentes por tráfico de drogas e já vinha sendo ameaçado de morte. Já o condutor da moto, que morreu, não tinha histórico de envolvimento com crimes", disse o capitão Alexsander de Oliveira Silva, da PM.