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20 de set. de 2011

Impostos infernais

Uma pesquisa realizada pelo instituto Ipsos mostra que o número de brasileiros que admitem comprar produtos falsificados aumentou no último ano. Até quem ganha mais passou a gastar com pirataria. 

Também, pudera. O Brasil é um dos países que mais cobra impostos no mundo. São taxas que vêm embutidas em coisas que você nem imagina.

Numa mercadoria original comprada em uma loja de médio porte, no valor de R$ 100, R$ 28 são impostos que devem ser aplicados pelo governo em educação, saúde, habitação e segurança. R$ 15,00 o comerciante usa para pagar outros tributos, como o imposto de renda. 

De um produto que custou R$ 100,00 na loja, R$ 43 são impostos. Do restante, o comerciante ainda precisa tirar para pagar os salários dos empregados e despesas como água, luz, telefone e aluguel. 

O consumidor, irritado com o alto preço, compra o mesmo tipo de produto nos camelôs. Porém, muito mais barato. Com isso, a loja de produtos originais deixa de vender, o comerciante não vê lucros e acaba entrando para as estatísticas de empresas que fecham antes de completarem 4 anos. 

Muita gente pensa que quem coloca os preços altos nos produtos é a indústria, ou seja, os fabricantes dos produtos. Na verdade, quem deixa os preços lá em cima é o governo. 

A maior fatia de tudo que você paga vai para os cofres públicos. Aqueles mesmos cofres onde políticos safados, corruptos, metem a mão, tiram dinheiro e metem nos bolsos. Quando os bolsos ficam cheios, apelam para as cuecas e meias. 

No século XVIII, no período de extração do Ouro, a coroa portuguesa cobrava um imposto chamado Quinto, que era 20% da produção. Se você tinha uma mina, 20% de toda sua produção iam para os cofres da coroa. A cobrança, que na época era considerada abusiva, deu origem à expressão "quinto dos infernos", usada até hoje. 

Porém, o quinto era uma maravilha. Hoje, a gente paga de imposto de renda, 27% e meio (7/2 a mais que o quinto). Você pega os impostos do arroz e feijão, dá quase 40% (o dobro do quinto). 

Porém, hoje não tem revolta. Todo mundo paga sem reclamar. 

E o que é pior: chega o período eleitoral, muita gente aceita dinheiro ou favores em troca de votos e ajuda a eleger pessoas que antes mesmo de serem eleitas já atuam de maneira criminosa. 

Eleitos, eles aumentam os juros, criam novos impostos, aumentam os próprios salários (que nós pagamos) e logo recebem de volta todo o dinheiro investido na compra de votos. 

Ainda continuam metendo a mão no seu bolso toda vez que você compra alguma coisa. E o que eles tiram para eles, como eu disse anteriormente, é bem pior que o “Quinto dos infernos”.

Charge do cartunista Lute publicada no jornal Hoje em Dia desta terça (20)

Um comentário:

Anônimo disse...

Confesso que nunca tinha parado pra pensar nisso.

Sim, sei que impostos encarecem o produto, mas nunca parei para concluir que o GOVERNO é "responsável" pela pirataria, pelos empregos informais, pelas empresas que fecham, pelas pessoas que perdem o emprego por causa disso, pelas empresas que têm prejuízo por causa da pirataria...