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3 de jul. de 2009

Mais uma daquelas que só acontecem por aqui...

O Brasil é um país onde é comum o rato colocar a culpa no queijo. Veja o que aconteceu com um jornalista paulista que estava investigando como funcionava o tráfico de drogas em São José do Rio Preto: durante a reportagem, ele comprou quatro porções de maconha e, ao final do trabalho, apresentou a droga ao delegado da polícia.......... que o prendeu.

Outro fato curioso: a reportagem não registrou, em momento algum, a presença da polícia na região de São José do Rio Preto. Sinal de que ali o tráfico deve correr solto.

"Basta encostar o carro, descer o vidro e fazer o pedido. Em alguns casos, a encomenda é entregue imediatamente após o pagamento. Em outros, como no drive thru de uma lanchonete, o pedido é feito em um local e a entrega alguns metros à frente. São as bocas de fumo de Rio Preto (...) Durante a produção da reportagem, nenhum veículo da polícia foi visto patrulhando as proximidades das bocas de fumo. Até sexta-feira, as bocas funcionavam e os traficantes agiam livremente", diz um trecho da reportagem.

Antes de publicar a matéria, por volta das 18h de sexta-feira, o repórter levou a maconha ao delegado Fernando Augusto Nunes Tedde, titular da Delegacia de Investigações sobre Entorpecentes. Com base no artigo 33 da Lei Antidrogas 11.343/06, o delegado decretou a prisão do jornalista. Segundo o artigo, adquirir drogas "sem autorização ou em desacordo com determinação legal" é crime com pena de reclusão de 5 a 15 anos e pagamento de 500 a 1.500 dias-multa.

Guimarães contou que sua chefe de reportagem foi à delegacia com um advogado, e conseguiu liberá-lo após encontrar uma brecha na lei - que determina que não pode ser preso por porte de drogas quem se apresenta por livre e espontânea vontade. "Se não fosse isso, eu passaria a noite na cadeia, até que arrumassem um habeas corpus para mim", disse o jornalista.

Em nome da profissão vale tudo?

Vemos aqui mais um caso de um profissional da comunicação comprometido com a sociedade, ultrapassando os limites da Lei em nome de uma reportagem verídica. Atitude corajosa, digna de bons jornalistas. Porém, caso ele tivesse buscado um respaudo jurídico antes do trabalho de reportagem, poderia ter sido evidado o constrangimento.

Caso queira saber mais, acesse o site onde encontrei esta informação: http://portalimprensa.uol.com.br/portal/ultimas_noticias/2009/07/01/imprensa29211.shtml.

Um comentário:

Marina disse...

É eis uma questão polêmica até onde um jornalista pode ou não pode chegar. Os jornalistas já correm tantos riscos nessa profissão na maioria das vezes riscos válidos, pois só através dele podemos saber de coisas que não saberiamos de outra forma. Mas acho que como dizem " o seguro morreu de velho", é melhor tomar cuidado para não tentar ser herói demais e depois acabar se dando mal.