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1 de mai. de 2008

CASO ISABELLA NARDONI (MAIS UMA VEZ)

Olá à todos.

Estamos numa semana em que ler jornal, assistir a um telejornal, enfim, acompanhar o trabalho da imprensa brasileira tem sido uma tarefa um tanto difícil.
O reboliço criado em torno do caso Isabella Nardoni, a menina que (segunda a imprensa nos tem feito entender) foi jogada pelo pai da janela de um apartamento tem sido exageradamente exaltado.
Em um caso como este, claro, a imprensa tem que estar presente. Mas a maneira como isso vem acontecendo, neste caso, está insuportável.
No dia da reconstituição do crime, quando peritos, polícia, advogados, cercados por curiosos e imprensa, refizeram cada passo dado pelo casal Alexandre Nardoni e Anna Carolina Jatobá então, era uma coisa. Os principais canais de notícias cederam horas e horas de sua programação à cobertura do caso.
Não que estivessem errados, de modo algum. Quase todo o povo brasileiro queria saber o desenrolar do caso, e qualquer emissora que se preze deveria, sim, estar então focada ali, oferecendo ao povo o conteúdo que querem ver. Audiência em primeiro lugar.
O que é posto em contexto aqui, é a fixação no caso. Centenas, milhares de crianças são mortas pelos próprios pais todos os dias no país (também no mundo). Focar em um único fato é o mesmo que esquecer os demais, ou dizer que quando isso ocorre em uma família de classe econômica alta vem a ser mais importante que quando um pai sem as menores condições para criar um filho o esgana até matar.

Aliás, eu também estou errando quando escrevo sobre este assunto.

É realmente triste.

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