Calma! O título deste post nada tem a ver com a imagem ao lado, que mostra a capa de um cd da Kelly Key. O motivo desta imagem estar aí você entenderá mais abaixo. Agora, ao post!
Ufa! Acabou o carnaval e, pra minha felicidade, também a ressaca que a festa provoca (em todos!).
Percebem que o post anterior eu escrevi dia antes do carnaval? Pois é! As noites de folia me deixaram detonado. Não sei como isso ocorreu, mas o fato é que eu consegui ficar cinco dias inteiros sem informação do mundo (nada de jornais, nada de telejornais, nada de sites noticiosos...). Bom... cansassos à parte, hora de voltar a ativa! E deixando de lero-lero, pois o post não é para tal fim, o assunto não poderia ser outro, senão, a música que pegou no carnaval. 2008, o que, como não poderia deixar de ser, foi uma TREMENDA PORCARIA!
A ignorância dos criadores da conhecida Dança do Créu utrapassa as barreiras do tolerável. É deprimente ver tantas mocinhas, mocinhos (não pensei que sou velho por dizer isso! Tenho 17 anos!) dançando essa coisa esnobe, que prega o sexo involuntariamente. Por isso que as campanhas contra abuso a crianças e adolescentes não têm o resultado esperado. A cultura decadente se dispões a desviar os jovens para caminhos impróprios.
Onde eu estava quando todos dançavam isso? Próximo ao palco onde um ignorante impulsionava a multidão a dançar o Créu (mas eu estava, digamos... meio ocupado, ali perto do palco. Não estava nem aí pra música (pode-se chamar aquilo de música) alguma).
O carnaval verdadeiro, o do samba, dos foliões e blocos, está realmente se perdendo no tempo. A cultura saudável cede espaço para o emburrecimento (pleonasmo!) da população. Mas meu carnaval não foi demasiadamente ruim. Um certo dj, do qual o seu trabalho gostei bastante, tocou uma música da Kelly Key que acho que deveria sim estar nas paradas de sucesso (e em primeiro lugar), ao invés desse Créu idiota.
A Loirinha, O Playboy e o Negão é uma canção de autoria da própria Kelly Key, que a escreveu baseada em um incidente em uma praia, quando um rapaz perguntou a ela o que ela viu de especial em um rapaz negro de quem ela estava acompanhada.
Para se ter uma noção do quanto a música, além de ser ótima, dançante, é um exemplo de cultura e um aviso para os que até hoje alimentam o preconceito racial, posto abaixo a letra da música. Deliciem-se (se não gostarem, procurem a letra do Créu em algum site e boa leitura)!
A Loirinha, o Playboy e o Negão
Kelly Key
Geral tava olhando a loirinha
Do negão
Juntinhos de mao dadas
Zoando no calçadão
Foi quando derepente me veio um cidadão
E perguntou Loirinha o que tu viu nesse negão?
O que vi dentro dele
Não vi dentro de você
Me dê papel e caneta
Que eu já vou lhe responder:
Meu preto é 100%
E não me coloca pra chorar
Só pra tirar uma onda
Playboy vou te esculachar
Por isso eu fiz essa canção
Pensando do meu jeito
Pensando do meu jeito
Pro playboy ouvir
E rever seus conceitos
E rever seus conceitos
Ele é escuro, sim
Um tremendo negão
Mas não lhe falta
Educação e respeito...
2 comentários:
O preconceito é próprio das mentes atrasadas. Uma questão de educação e de inteligência. Afinal, quantos podem bater no peito e dizer eu sou 100% branco ou 100% negro. Em nosso país, quase ninguém. então, meu amigo, isso é uma imbecilidade.
Quanto ao créu, concordo com você e fis um post sobre o assunto. A cultura brasileira que já produziu coisas belíssimas, hoje convive imersa no lixo.
Realmente Ricardo... a Dança do Créu foi a maior febre desse carnaval daqui da cidade... Na minha opinião é so mais uma música besta que faz sucesso porque a letra é mais besta que o ritmo.. Daqui uns dias toa tocando "quem vai querer minha periquita", e pra quem nao conhece, é so procurar a letra...
Apesar de tudo, as musicas da Kelly sao um pedaço da adolescencia de cada um, e essa musica da loira e do negão é uma musica que em pouca coisa significa muito.... Mostra um pouco do racismo..correto??
muito bom artigo Ricardo^^
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