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6 de set. de 2011

É preciso cortar o mal pela raiz

Em Lavras, no Sul de Minas, câmeras de segurança nas ruas gravaram imagens de extrema violência. No vídeo, é possível ver dois jovens correndo atrás de um rapaz no meio da avenida. Um deles alcança o jovem e lhe dá uma voadora. Os três parecem discutir bastante. De repente, amigos do rapaz perseguido chegam para ajudá-lo e ele resolve revidar a agressão que sofreu. É aí que a confusão começa: oito agressores cercam o jovem de 23 anos e o agridem com chutes, socos e pontapés.

Um deles chuta e pisa na vítima várias vezes. A polícia chega ao local. O agressor sai calmamente, como se nada tivesse acontecido, e depois vira a esquina. Os outros são imobilizados pelos militares. A vítima, que sofreu várias escoriações, fica deitada no chão, aguardando o socorro. De repente, o agressor aparece acompanhado de uma moça, caminhando.

Para azar dele, o policial que estava na vigilância das câmeras acionou os colegas pelo rádio e ele também acabou sendo enquadrado. Todos foram encaminhados para a delegacia de Campo Belo. A vítima foi levada para o pronto-socorro em estado grave.

Selvageria também em São Paulo, skinheads e punks marcaram uma briga pela internet. Duzentas pessoas atenderam ao chamado. Uma pessoa morreu e dezenas ficaram feridas. Os grupos rivais se encontraram na rua. Um homem de 25 anos foi esfaqueado. Das sacadas dos prédios, vizinhos assistiram ao espetáculo. Um show de violência, aparentemente inexplicável. 

É certo que falta, para estes jovens desmiolados, a educação. Drogados ou não, são crianças e adolescentes que não fazem outra coisa a não ser passar horas e horas na internet, fazendo sabe-se-lá-o-quê, acessando sabe-se-lá quais conteúdos. 

Dois exemplos trágicos, em duas grandes cidades. Mas o interior não está livre disso. Cada vez mais adolescentes deixam de ir à escola para ficar fazendo novos "amigos" na internet. O relacionamento de jovens pelo computador já esteve mais no centro das discussões do que está hoje. 

Respeito e bom senso devem ser ensinados em casa e na escola. Se os pais não monitoram a vida escolar dos filhos, não exigem boas notas, não incentivam a aprendizagem e deixam crianças e adolescentes fazerem o que quizerem, de modo que já se sintam donos dos próprios narizes, a tendência é que tenhamos cada vez mais jovens sozinhos e, por isso, violentos. 

Cristovam Burque, o candidato a presidente que apresentou a educação como prioridade, teve dois e meio por cento de votos. Verdade é que todo mundo precisa de uma salvação na vida. E essa salvação tem nome: educação.

4 comentários:

Anônimo disse...

Frequentemente fico chocada com os casos de violência que aparecem nos noticiários. Agredir se tornou algo "normal"... Perdeu-se o respeito, perdeu-se a educação...
Isso é muito triste...

Ricardo Welbert disse...

Realmente, Tatiana. E em relação aos noticiários, muitos malandros praticam violências já pensando no momento em que estarão sendo mostrados na TV. É a midiatização do crime.

Anônimo disse...

O jornalismo que você faz me lembra muito o do SBT. Você não se limita a noticiar, mas busca soluções simplistas, maniqueístas e superficiais para os acontecimentos cotidianos. Julgando os envolvidos nos atos de violência como "desmiolados" e afirmando com total segurança que a solução para tais acontecimentos é a "educação", você está negando a complexidade das relações humanas.

Ricardo Welbert disse...

Obrigado pelo comentário, "Anônimo". Vale lembrar que este é um artigo de opinião. Logo, não é jornalismo. Trata-se de um texto argumentativo, com finalidade de convencer o leitor sobre o ponto de vista do autor a respeito do assunto. Quando o texto, além de explicar um fato, também persuade o interlocutor e modifica seu comportamento, temos um texto dissertativo-argumentativo.