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1 de jan. de 2011

Belo Horizonte rabiscada


De férias em Contagem, região metropolitana de Belo Horizonte, percebi que não há praticamente nenhuma construção com pintura intacta, sem pichações na região, assim como em toda a grande BH. A falta de respeito pelo que é dos outros está por todos os lados: nos muros, nas casas e até em prédios altos que exigem um verdadeiro trabalho de alpinismo por parte dos pichadores. Em uma decisão muito bem tomada, o prefeito da cidade, Márcio Lacerda, sugeriu ao governador Antônio Augusto Anastasia a criação de uma nova unidade policial: uma delegacia para combater o crime de pichação e depredações do patrimônio público. Segundo o Executivo municipal, são registradas em média 300 pichações por mês na capital. Imagino que seja muito mais.

O prejuízo para reparar bens danificados ou pichados passa dos R$ 2 milhões por ano. Com a delegacia especializada, a prefeitura espera combater as ações dos vândalos, o que deixa a cidade mais limpa e agradável à população. Uma central de monitoramento com câmeras contribui para que a ação policial seja imediata. Câmeras foram instaladas em prédios públicos da Praça da Estação, do Parque Municipal e do Mirante das Mangabeiras, na região Centro-Sul. A pichação irregular (sem autorização do proprietário) é considerada vandalismo e crime ambiental, com pena de três meses a um ano de detenção.



Creche no Tijuca, em Contagem: falta de educação sem limites (foto por Ricardo Welbert em 31/12/10)



Os jovens que se divertem ao danificar o patrimônio público acabam se tornando heróis para aqueles que o admiram como pichador. São falsos amigos que encorajam e depois riem quando o rapaz de spray na mão é levado pela polícia. A pichação existe porque, infelizmente, possui sua platéia. No entanto, é essencial que todo pichador seja detido por suas práticas de vandalismo. Apenas quando os responsáveis pela segurança pública conseguirem convencionar a ideia de que pichação é crime e que há punição severa para quem o pratica, os rabiscos deixarão de fazer parte do cotidiano da cidade.



Conformismo: moradores caminham indiferentes aos sinais de vandalismo (foto por Ricardo Welbert em 31/12/10)

5 comentários:

Mαуαrα disse...

adorei seu olhar crítico diante o tema, concordo plenamente. Este tipo de ação está tão banalizada que as pessoas nen se encomodam mais.

http://solootro.blogspot.com/ passando por aqui.

Gimapere disse...

Olá Ricardo, gostei do comentário a cerca do vandalismo em nossa capital do Estado. Gostaria de sugerir a todos uma reflexão e quem sabe uma sugestão aos nossos governantes para adotarem a "Teoria das janelas Quebradas". Uma excelente leitura dos problemas que acontecem em todas as cidades do mundo. Segue um link para o tema: http://jus.uol.com.br/revista/texto/3730/janelas-quebradas-tolerancia-zero-e-criminalidade

Ricardo Welbert disse...

Gimapere,

Obrigado pelo comentário e mais ainda por enriquecer este debate sugerindo a leitura de um texto sobre a Teoria das Janelas Quebradas. Quando as autoridades ficam imóveis diante das mais diversas práticas de vandalismo (seja pichação ou destruição de vidraças), a ideia transmitida é exatamente a de uma comunidade sem governo, abandonada e indefesa. Pessoas desocupadas que praticam imprudências teriam mais liberdade neste ambiente enquanto as pessoas de bem iriam embora.

Paulo Cheng disse...

Ricardo, umas das coisas que mais me tiram do sério é a pichação. Pior que esses marginais quando flagrados não vão para a cadeia. Não há nem punição para isto.
Excelente blog, parabéns.

Marina Brito disse...

Ótimo post como sempre querido. É pichações são sempre um problema, mas ficalizar isso é bem complicado ao meu ver, acho que tem que ter mesmo uma mobilização geral de visinhos, polícia, todos juntos para compater essas isso, como em tantos outros casos. Precisa ter unidade, sentimento de defender o que é de todos.

Abraço