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27 de dez. de 2010

Transporte público: meio-passe para estudantes ainda é discutido com lentidão


O jornal Aqui desta segunda-feira (27) trouxe a seguinte enquete na coluna "A Voz do Povo": "O que você acha do meio-passe nos transportes públicos para estudantes de Belo Horizonte?". Acho que o meio-passe para estudantes em transportes públicos deveria ser obrigatório pelo menos em municípios onde existam faculdades ou universidades. Os governantes bem sabem que possuir escolas de nível superior significa um fator de desenvolvimento a mais para as cidades.

Vejamos a realidade dos fatos: o Brasil é um país onde a educação mal engatinha, com seus níveis de abandono escolar absurdos. Faltam incentivos em várias áreas - entre elas, o transporte. Existem alunos de classe média alta que são entregues e buscados na escola, com tudo bancados pelos pais. Estes não sofrem com a dificuldade enfrentada por milhões de outros que residem longe do local de estudos e que, para tocar a luta pelo profissionalismo, são obrigados a tomar várias conduções. Entrar para a faculdade no Brasil não é nada fácil. Se fosse, o ENEM (Exame Nacional do Ensino Médio) não teria tantos inscritos com vontade de mandar bem nas provas e faturar bolsas de estudo.

Quem não consegue bolsa, costuma depender dos pais ou de um emprego que pague suficientemente bem - coisa rara, pois muitos deles ainda são meros estagiários. Por estes e outros fatores, não entendo como pode esta questão do passe-livre para estudantes ser discutida com tamanha lentidão. As empresas prestadoras de serviços de transporte perguntam quem pagaria a passagem dos universitários que embarcassem gratuitamente. O governo, ora bolas. Com redução de impostos, por exemplo. Existem ainda muitas outras possibilidades de negociação para que nenhuma das partes envolvidas saia perdendo. O que não pode é cobrador de ônibus ou metrô continuar recebendo o valor integral da passagem de estudantes universitários.

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